Os anos de pandemia transformaram a educação a nível mundial. Ao voltar às aulas presenciais, nada estava como antes. Como entender esse novo ambiente escolar e trazer mais qualidade para as minhas aulas? Como avaliar o processo de aprendizagem? Que elementos são realmente importantes em uma aula? Saiba agora quais os desafios do pós-pandemia e como fica a formação de professores.
Desafios pós-pandemia e formação de professores
A curva de aprendizagem nesses últimos anos acabou se acentuando, mas a resposta dos professores tem sido espetacular. Muitos profissionais já entenderam que não é possível retornarmos ao modelo de aula que tínhamos pré-pandemia e rapidamente se adaptaram a um novo jeito de ensinar.
Hoje em dia, nas salas de aula, percebemos como a pandemia e o excesso de tecnologia deixaram nossos alunos ansiosos, impacientes e distraídos. Tendo em vista esses desafios, como o professor pode acelerar a aprendizagem e trazer mais produtividade para suas aulas?
Nosso ponto de partida será um estudo feito pelo Boston Consulting Group e o Instituto Ayrton Senna sobre as ações formativas que mais impactam a prática do professor. Você consegue adivinhar quais são as 5 ações capazes de promover mais mudanças positivas em nossa prática de sala de aula?
A formação de professores pós-pandemia deve ser baseada em prática
De acordo com o estudo, algumas ações que normalmente procuramos para formação de professores, como os cursos de longa duração e a participação em conferências são positivas para o conhecimento do professor, causam pouco impacto prático em sala de aula. No pós-pandemia, o tempo urge e precisamos de soluções que nos proporcionem resultados imediatos.
Então, que ações de formação de professores mais podem auxiliar nesse cenário pós-pandemia? O estudo aponta 4 ações mais recomendadas:
- Mentoria
- Formação Inicial
- Observação da própria aula
- Observação da aula de colegas
O resultado desse estudo reforça a visão de tantos autores (Lewin, Dewey, Piaget e Kolb) que defendem a aprendizagem experiencial e a prática reflexiva como propulsoras do crescimento docente. Sim, nós podemos aprender muito analisando a nossa própria prática, compartilhando a nossa prática com outros colegas e trocando ideias com pares mais experientes. Aqui na Kanttum acreditamos que o desenvolvimento docente pode estar ancorado em 3 pilares: o conhecimento, a autorreflexão e a mentoria.
Promovendo o conhecimento
Nós acreditamos que é fundamental a busca do conhecimento sobre esse cenário online por meio de cursos presenciais ou online, leituras, lives que assistimos, posts que lemos, vídeo-palestras que assistimos e tantos outros recursos que buscamos. No entanto, nós sabemos que a mobilização de conhecimento da teoria para a prática não acontece como num passe de mágica. Podemos aprender muitas coisas novas em vários cursos sobre aulas online, entretanto, nem sempre conseguimos colocar tudo que queremos em prática com nossos alunos. Principalmente no ambiente online, ler ou assistir à demonstração de uso de uma ferramenta digital ou uma prática de sala de aula não garante que nós conseguiremos necessariamente replicar com nossos alunos. É preciso tempo, muitas oportunidades de tentativa e erro e força de vontade.
O papel da autorreflexão
Daí a importância da autorreflexão para o nosso crescimento. Não aprendemos somente com a experiência, mas principalmente refletindo sobre a experiência vivida. Refletir é preciso para que possamos mudar a acertar o rumo.
Podemos aprender bastante, reservando um tempo após as nossas aulas online para pensar sobre o que deu certo, as dificuldades encontradas e as mudanças de rumo que são necessárias. Mas será que temos a disciplina e vontade para fazer isso de maneira recorrente e significativa? E será que uma vez que detectamos espaços para melhoria, nós conseguiremos encontrar as soluções sozinhos, considerando que muitos de nós somos professores novatos no ambiente virtual?
Mentoria para acelerar o desenvolvimento
Entendemos a mentoria como uma troca entre dois profissionais, em que um auxilia o outro a perceber seus pontos fortes, suas potencialidades, espaços para melhoria e possíveis soluções para os desafios encontrados. O(A) mentor(a) é aquele par que está ali para te dar a mão, analisar a sua aula prática sem julgamentos, com o propósito único de enriquecer a sua aula online e que seus alunos consigam aprender melhor.
A Mentoria a partir da prática é o que sugerimos para acelerar o desenvolvimento das aulas online. É a partir do que você já faz em sala de aula, que podemos, como mentores, apontar caminhos, sugerir desafios novos e te trazer um novo olhar sobre a sua aula.
Como a formação de professores da Kanttum pode te ajudar?
Nosso programa de desenvolvimento docente envolve 3 das ações formativas sugeridas anteriormente:
- Observação da própria aula
- Autorreflexão e marcação na rubrica
- Mentoria a partir da prática
São 3 ciclos em que o professor grava a sua aula, a observa, faz a sua autorreflexão com base em alguns critérios importantes em uma aula online e recebe a devolutiva por meio de escrita de um mentor da Kanttum baseada em sua aula, com muitas sugestões práticas e mais recursos para que você possa estudar mais.
A cada ciclo, o professor recebe um relatório com suas potencialidades e espaços de melhoria e sugestões para suas próximas aulas. Se quiser saber mais sobre o Programa de Desenvolvimento Docente da Kanttum, acesse o nosso site.
REFERÊNCIAS:
ARCHER, Jeff et al. Better feedback for better teaching: A practical guide to improving classroom observations. John Wiley & Sons, 2016.
BRADBURY, Leslie Upson; KOBALLA JR, Thomas R. Borders to cross: Identifying sources of tension in mentor–intern relationships. Teaching and teacher education, v. 24, n. 8, p. 2132-2145, 2008.
HUDSON, Peter. Forming the mentor-mentee relationship. Mentoring & tutoring: partnership in learning, v. 24, n. 1, p. 30-43, 2016.
MIETTINEN, Reijo. The concept of experiential learning and John Dewey's theory of reflective thought and action. International journal of lifelong education, v. 19, n. 1, p. 54-72, 2000.
ROWLEY, J. The good mentor. Educational Leadership. 56(3), n.8, p. 20-22, 1999.